BRS Capiaçu

Cultivar de alto rendimento para produção de silagem de baixo custo

O Capim Elefante

O capim elefante (Pennisetum purpureum Schum.) é uma das mais importantes forrageiras, sendo cultivado em quase todas as regiões tropicais e subtropicais do mundo, devido ao seu elevado potencial de produção de matéria seca, bom valor nutritivo, boa aceitabilidade pelos animais, vigor e persistência.

Essa forrageira apresenta ampla versatilidade de usos na propriedade, podendo ser fornecida aos animais na forma de picado verde no cocho, silagem e pastejo, sendo também, considerada uma das espécies mais promissoras para produção de biomassa energética.

Muitas vezes, a adaptação aos sistemas de pastejo e de corte requer alterações morfológicas e bromatológicas das forrageiras visando aumentar a produção de forragem, melhorar o valor nutritivo, facilitar o manejo e, por consequência, intensificar a produção e reduzir os custos operacionais.

A BRS Capiaçu foi desenvolvida para atender a demanda por cultivares para corte (picado verde) e silagem, apresentando elevado potencial de produção, bom valor nutritivo e facilidade de mecanização.

Características da BRS Capiaçu

A cultivar BRS Capiaçu foi obtida pela Embrapa Gado de Leite pela seleção e clonagem de uma das progênies resultantes do cruzamento, realizado em 1991, entre os acessos do Banco Ativo de Germoplasma de capim-elefante - BAGCE, Guaco IZ2 (BAGCE 60) e Roxo (BAGCE 57).

Esse híbrido (clone) foi avaliado em 23 locais em todas as regiões brasileiras, durante vários anos, tendo se destacado na maioria dos ambientes. Por causa do seu elevado porte e potencial de produção a cultivar recebeu a denominação de BRS Capiaçu (em tupi-guarani, capiaçu significa “capim grande”).

A cultivar foi registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sob nº 33503 em 08/01/2015, bem como recebeu certificado de proteção de cultivares nº 20150124, em 23/01/2015. A Embrapa lançou essa cultivar em outubro de 2016.

A BRS Capiaçu caracteriza-se por apresentar plantas de porte alto (acima de 4,0 m); folhas verdes, largas (média de 5,2 cm), compridas (média de 106 cm) e com nervura central branca, ausência de joçal (pêlos) na planta adulta, colmos grossos (diâmetro médio de 1,6 cm) e internódios compridos (média de 16 cm).

A cultivar apresenta crescimento vegetativo vigoroso, rápida expansão foliar e intenso perfilhamento basal e axilar. As touceiras são eretas com elevada densidade de perfilhos (média de 30 perfilhos/m2) o que confere boa
resistência ao tombamento, bem como facilidade para a colheita mecanizada.

O florescimento é tardio e ocorre entre os meses de junho e julho, na maioria das regiões brasileiras.

Outra característica favorável desta cultivar é a tolerância ao estresse hídrico moderado, o que a torna alternativa para cultivo em regiões com alto risco de ocorrência de veranicos.

Além das características descritas anteriormente, seu principal diferencial é o maior potencial de produção de produção de biomassa, cerca de 30% superior às demais cultivares, alcançando em média 50 t/ha/ano de matéria seca ou 300 t/ha/ano de matéria verde, obtidas em três colheitas anuais.

Outra característica favorável dessa cultivar é a sua moderada tolerância ao estresse hídrico, o que a torna alternativa ao cultivo do milho em regiões com alto risco de ocorrência de veranicos. Também apresenta maior teor de carboidratos solúveis e de proteína bruta, comparado a outras cultivares de capim-elefante, o que favorece o seu uso para produção de silagem.

A BRS Capiaçu pode ser cultivada em locais de clima tropical e subtropical, sendo recomendada para o bioma Mata Atlântica. Encontra-se em fase final de condução de experimento que possibilitará ampliar sua recomendação para o bioma Cerrado.

A cultivar não deve ser plantada em áreas com solos úmidos ou encharcados. Embora a cultivar apresente boa tolerância ao estresse hídrico, em locais sujeitos a períodos secos muito prolongados o uso da irrigação garante a manutenção da produção de forragem.

Devido ao seu elevado potencial de produção, a BRS Capiaçu extrai grandes quantidades de nutrientes do solo, devendo ser cultivada em solos profundos, bem drenados e de boa fertilidade. O uso de fertilizantes químicos e orgânicos é fundamental para alcançar elevada produtividade.

A BRS Capiaçu foi avaliada em todas as regiões brasileiras sob ampla variação de condições climáticas e fertilidade de solo, destacando-se na maioria dos locais. Contudo, alguns fatores ambientais podem afetar o seu comportamento.

A cultivar não deve ser plantada em solos úmidos ou sujeitos ao encharcamento.
Sob condições de frio intenso ou ocorrência de geadas poderá ocorrer “queima” das folhas e perfilhos. Passada a estação do inverno, as touceiras voltam a emitir novos perfilhos, sendo pouco comum a ocorrência de morte de plantas.

A cultivar tem demonstrado maior tolerância a ocorrência de períodos secos ou “veranicos” quando comparada a outras cultivares de capim-elefante e também ao milho.

Porém, períodos secos muito prolongados, como ocorre na região semiárida brasileira, podem afetar a produção e ocasionar morte das plantas.

A cultivar é indicada para cultivo de capineiras, visando a suplementação volumosa na forma de silagem ou picado verde. Devido ao seu elevado potencial de produção, também pode ser cultivada para produção de biomassa energética.

Sim, a BRS Capiaçu adaptou-se muito bem na Região Sul do Brasil, sendo cultivada com sucesso, inclusive, na região das terras baixas (suscetíveis a encharcamento).

Evidentemente, isso não se aplica às áreas alagadas, onde seu cultivo não é recomendado. Nos locais mais frios, durante o inverno rigoroso, com geadas fortes, a cultivar sofre “queima” da parte aérea, no entanto, rebrota vigorosamente na primavera.

Já nos períodos de estiagens, a cultivar tem se mostrado como a melhor opção de forrageira para corte, pois continua produzindo forragem em volume e qualidade. Neste caso, essa cultivar tem se comportado muito melhor que as tradicionais opções de forrageiras para silagem, pois as perdas são muito menores e permite fazer mais de um corte ao ano.

A cultivar BRS Capiaçu, devido ao seu elevado potencial de produção (50 t/ha/ano de MS), pode ser utilizada para a produção de biomassa energética. Como atributos favoráveis a este uso destacam-se o elevado poder calorífico e a qualidade da biomassa, com destaque para o adequado teor de lignina e de cinzas.

Estas características fazem dessa cultivar uma excelente fonte de matéria-prima combustível para produção de bioenergia (ex.: fornos e caldeiras de usinas termelétricas e/ou indústrias cerâmicas, siderúrgicas e outras).

Além do mais, apresenta boa resistência ao tombamento, bem como facilidade para a colheita mecanizada, características favoráveis ao uso energético. Para produção de energia a partir da cultivar, a idade de corte deve ser entre 180 dias e 320 dias.

Vale salientar a importância de evitar a colheita em épocas do ano que coincidem com o crescimento das plantas, visando otimizar a qualidade e a produção de biomassa.

A perda do valor nutritivo, decorrente do aumento da idade da planta, é menos acentuada na cultivar BRS Capiaçu quando comparada a outras cultivares de capim-elefante. Uma possível explicação para este fato é que a cultivar, no momento da ensilagem, apresenta a maioria das folhas verdes e o colmo menos fibroso; enquanto nas demais cultivares de capim-elefante as folhas da metade inferior dos colmos mostram-se senescentes ou mortas.

Outra vantagem é a possibilidade de colheita mecanizada, que é favorecida pela estrutura ereta das plantas. Além de menores riscos para o empresário rural, pois apresenta:

i) Longa durabilidade da capineira, que, quando bem manejada pode ser usada por muitos anos sem necessidade de replantio;
ii) Possibilidade de realização de vários cortes por ano;
iii) Diluição dos custos de implantação durante um longo tempo de uso da capineira e;
iv) Liberação de área na propriedade para outros cultivos, em função do maior potencial de produção de biomassa.

Assim como outras capineiras e pastagens de uma maneira geral, pode haver perda de vigor com o passar dos anos, principalmente em decorrência da redução da fertilidade do solo. Contudo, quando bem adubada e bem manejada a capineira mantem-se produtiva por vários anos sem a necessidade de replantio.

Atenção especial deve ser dada a adubação de reposição com nitrogênio, fósforo e potássio. Estudo feito em capineiras dessa cultivar, na Embrapa Gado de Leite, mostrou que a mesma apresenta elevada extração de potássio do solo, com consequente redução nos níveis deste nutriente.

Assim, a análise anual da fertilidade do solo é importante para ajuste da adubação e reposição de nutrientes.

Quando manejada adequadamente a capineira pode manter-se produtiva por até 15 anos, sem necessidade de replantio.

Produção de Mudas

Os colmos da BRS Capiaçu destinados ao plantio devem estar “maduros”, ou seja, com 120 dias a 150 dias de crescimento. Com essa idade a maioria das gemas vai apresentar boa brotação, possibilitando o plantio com colmos cortados em pedaços (toletes) de 4 nós a 5 nós (gemas), ou 50 cm a 60 cm.

Pode-se, também, utilizar toletes com um nó e colocar em copos com substrato permitindo que se forme uma muda enraizada, para depois transplantar, resultando em maior aproveitamento dos propágulos vegetativos.

Para iniciar a multiplicação e plantio da cultivar recomenda-se obter mudas ou colmos de viveiristas credenciados pela Embrapa, visando ter a garantia de origem e autenticidade da cultivar.

O uso de mudas não certificadas pode resultar em risco de cultivo materiais que não sejam a cultivar BRS Capiaçu, comprometendo o desempenho da capineira.

A Embrapa possui uma rede de viveiristas credenciados que comercializam mudas ou estacas certificadas dessa cultivar. A relação dos viveiristas credenciados para produzir e comercializar mudas e colmos da BRS Capiaçu encontra-se no link a seguir:
https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/3745/Capim-elefante---brs-capiacu

Considerando que para formação do viveiro existe baixa disponibilidade de material propagativo para o plantio, deve-se utilizar um espaçamento que proporcione menor competição e resulte em desenvolvimento mais rápido das plantas.

Assim, no viveiro, pode-se utilizar o espaçamento entre covas de 1m x 1m e toletes (pedaços de colmo) com um ou dois nós. A adubação e irrigação promovem maior produção de colmos para o futuro plantio.

Um hectare de viveiro da BRS Capiaçu apresenta potencial para produzir colmos para plantio de 10 ha a 15 ha de capineira, em cada corte. Considerando a possibilidade de realização de dois cortes anuais, um hectare de viveiro pode produzir colmos para o plantio de até 30 ha, em um ano.

A quantidade de colmos pode variar de acordo com o espaçamento das entrelinhas do plantio, visto que a distribuição dos mesmos nos sulcos deve ser realizada de forma contínua.

No caso de uso do espaçamento entre sulcos/linhas de 1,30 m, visando a colheita mecanizada, serão necessárias cerca de cinco toneladas de colmos para plantio de um hectare de capineira.

Para colheita manual, o espaçamento poderá ser reduzido para um metro entre sulcos, sendo necessários em torno de 6,5 toneladas de colmos.

Os colmos destinados ao plantio de novas áreas da BRS Capiaçu devem estar “maduros”, ou seja, com mais de 120 dias de crescimento. O ideal é que o plantio seja realizado imediatamente após a colheita dos colmos para evitar a perda de umidade que pode comprometer a brotação das gemas.

Na impossibilidade do plantio logo após a colheita, os colmos podem ser armazenados amontoados, em local sombreado, pelo período de até dez dias. Períodos de armazenamento superiores a este podem afetar a capacidade de brotação das gemas.

Em geral, não há necessidade da aplicação de inseticidas ou fungicidas nos colmos ou nos sulcos de plantio.

Plantio e Tratos Culturais

Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, preferencialmente, o plantio da BRS Capiaçu deve ocorrer entre os meses de outubro e janeiro, período em que as temperaturas são mais elevadas e as chuvas mais frequentes, fatores que vão favorecer a brotação das gemas.

Fator importante quando o plantio é feito na primavera e início do verão é que quando o inverno chegar a capineira já estará bem estabelecida e com maior tolerância às baixas temperaturas.

Na Região Nordeste, o plantio também deve ocorrer durante a época chuvosa, o que contribui para redução do custo de formação da capineira. Contudo, como a região não apresenta grande variação de temperatura e comprimento do dia, o plantio poderá ser realizado em qualquer época do ano, desde que a área seja irrigada.

Antes de iniciar o preparo do solo, deve-se fazer uma amostragem para análise da fertilidade e permitir uma recomendação eficiente de corretivos e fertilizantes.

O correto preparo do solo, a correção da acidez e o uso da adubação recomendada garantem um ambiente adequado para brotação das gemas da dos colmos. O preparo do solo deve ser feito com o objetivo de deixá-lo suficientemente destorroado, solto e uniforme. Desta forma, uma aração, seguida de uma ou duas gradagens e do sulcamento constituem operações importantes para a garantia do estabelecimento da forrageira.

Quanto mais rápido ocorrer a brotação e o estabelecimento da forrageira, mais cedo o produtor poderá utilizar a capineira para a alimentação animal.

Em situações em que há necessidade de se fazer duas arações, recomenda-se que a primeira deva ser rasa, para destruir os restos culturais, enquanto a segunda deverá ser feita numa profundidade de 20 cm a 30 cm.

Para o estabelecimento da BRS Capiaçu devem ser escolhidas, preferencialmente, áreas com solos mais férteis e com possibilidade de mecanização e irrigação, com vistas ao uso dessa forrageira em sistemas de produção intensivos. Devem ser evitadas áreas de várzeas úmidas ou sujeitas a alagamentos (tecnicamente chamadas de Leito Maior), uma vez que o capim elefante não tolera solos encharcados.

A amostragem do solo deverá ser feita após o final da época chuvosa, sendo para a Região Sudeste os meses de abril/maio os mais indicados.

Vale ressaltar que o procedimento é feito de tal forma a possibilitar ao empresário rural adquirir corretivos e fertilizantes nos meses de entressafra (junho/julho) quando, geralmente, o preço destes insumos é menor.

Quando a área total não é homogênea é importante subdividi-la. Para tanto, deve-se considerar o tipo de vegetação, a posição topográfica (topo de morro, meia-encosta, baixada etc.), as características perceptíveis do solo (cor, textura, condição de drenagem, produtividade da cultura anterior, uso de fertilizantes e corretivos).

Portanto, os limites de uma gleba para amostragem não devem ser definidos exclusivamente pelo tamanho da área (hectares). Assim, as amostras retiradas em áreas de morro não devem ser misturadas com aquelas pertencentes a áreas de baixadas, da mesma forma que para representar uma área amorreada, não se deve misturar amostras que tenham cores muito diferentes. Estes cuidados são importantes, pois permitem obter resultados mais representativos da fertilidade do solo.

Para se proceder a amostragem do solo, percorre-se em ziguezague a área que se deseja avaliar, coletando-se de 15 amostras a 20 amostras simples por gleba, a partir do nível do solo até a profundidade de 20 cm. As mesmas são colocadas em um balde seco e limpo, destorroando e homogeneizando a massa de solo,
retirando uma quantidade de 300 g a 500 g, a ser colocada em saco plástico limpo, para envio ao laboratório.

É importante ressaltar que também deve ser solicitada a análise textural do solo, uma vez que a recomendação da necessidade de calagem depende dessa
informação. Este processo, em cada gleba (área homogênea) somente é necessário no primeiro ano. Desse modo, quando as amostragens forem realizadas em períodos seguintes, somente serão necessários procedimentos analíticos de rotina. Recomenda-se realizar a análise do teor de matéria orgânica, a cada dois anos, visando auxiliar o técnico na recomendação da adubação nitrogenada. 

A calagem deve ser realizada com base no resultado da análise solo, visando alcançar 60% de saturação por bases. Havendo necessidade, esta deverá ser feita com antecedência mínima de 60 dias do plantio (com o solo úmido), utilizando-se calcário dolomítico, caso a quantidade de magnésio esteja abaixo do nível crítico.

O processo deve ser realizado a lanço, sobre toda a área, antes da aração. A adubação de plantio ou de estabelecimento também deve ser baseada nos resultados da análise de solo. Nas condições tropicais, os maiores limitantes em relação à fertilidade do solo estão relacionados aos baixos teores de fósforo e à acidez dos solos.

No plantio, recomenda-se apenas a aplicação de adubação fosfatada, sendo os demais fertilizantes usados em cobertura. Na impossibilidade da realização da análise do solo e considerando-se que a maioria dos solos brasileiros apresenta baixos teores de fósforo, bem como, em resultados de pesquisa, pode-se recomendar a aplicação de 100 a 150 kg/ha de P2O5, distribuídos no fundo dos sulcos.

A aplicação do potássio deverá ser realizada quando o teor trocável desse elemento no solo for inferior a 58 mg/kg (ppm), sendo recomendada uma dose
de 80 kg/ha a 100 kg/ha de KCl. A aplicação de micronutrientes pode ser realizada por meio do “Fritted Trace Elements” (FTE) nas formulações BR-10 ou BR-16, na base de 30 kg/ha a 50 kg/ha, juntamente com a adubação fosfatada. Porém, um técnico poderá recomendar formas mais solúveis de adubos com micronutrientes, ou formulados de cobertura, que tenham micronutrientes solúveis em sua composição.

As adubações de cobertura/manutenção da capineira são importantes para garantir boas produções de forragem. Em geral, são recomendados 1.200 kg/ha/ano a 1400 kg/ha/ano da fórmula 20-05-20. No primeiro ano, após o estabelecimento da cultura, a primeira aplicação dessa adubação deverá ser feita 50 dias após o plantio da forrageira, utilizando-se 1/3 da quantidade recomendada.

Os outros 2/3 restantes, deverão ser aplicados da seguinte forma: parte no início da época chuvosa, quando as touceiras já iniciaram novo processo de lançamento de perfilhos e o restante, após realizar o corte de março/abril, cerca de 10 a 15 dias após a colheita (corte).

Deve-se observar que estas adubações em cobertura, deverão ser feitas com o solo úmido. A partir do segundo ano, a quantidade recomendada de fertilizante,1.000 kg/ha/ano da fórmula 20-05-20, deverá ser fracionada em duas aplicações, sendo metade no início da época chuvosa e a outra metade em março/abril.

Vale salientar que se a capineira for irrigada, essa quantidade de fertilizante, poderá ser fracionada em três aplicações ao longo do ano, preferencialmente após os cortes. É importante destacar que temperaturas inferiores a 15 °C, limitam o crescimento das forrageiras tropicais, e, nessas condições climáticas, o uso da irrigação não apresenta respostas significativas. Em boa parte da região Sudeste, as temperaturas limitantes ao crescimento do capim-elefante ocorrem entre os meses de maio e agosto.

Sim. Seu uso é recomendado sempre que houver disponibilidade de alguma fonte adequada. A adubação orgânica além de fornecer nutrientes, melhora a estrutura do solo e reduz a perda de umidade.

Caso a fonte de adubação orgânica seja dejeto animal liquido, é importante que a aplicação seja realizada antes de uma chuva, ou seguida de uma irrigação visando eliminar os sais da matéria orgânica depositados nas folhas, evitando a queima das mesmas.

Não. A concentração de nutrientes em resíduos orgânicos é baixa em relação aos adubos minerais. Assim, para atender à demanda das plantas nas quantidades de nutrientes necessários para seu crescimento vigoroso, seria necessária uma quantidade muito grande de resíduos orgânicos, nem sempre disponíveis nas propriedades rurais.

Portanto, deve-se seguir a orientação de um técnico, que solicitará a análise química do material orgânico, para definir a quantidade a ser aplicada e também poder definir à complementação da adubação química, se necessária.

Sempre que possível, esta associação é benéfica tanto para a planta quanto para o solo. Dependendo da quantidade de adubo orgânico aplicado, há possibilidade de reduzir a quantidade de adubo mineral a ser fornecido às plantas e, com isto, reduzir o custo de manutenção da capineira.

Para o solo, a matéria orgânica promove melhoria na estrutura, beneficiando dentre outras coisas a capacidade de absorção de água e a liberação de nutrientes. Assim, a cada dois anos, é recomendado incluir na análise de solo a determinação do teor de matéria orgânica.

Não, a cultivar BRS Capiaçu é um clone de propagação vegetativa.
Embora essa cultivar produza sementes, as mesmas não são indicadas para o plantio; visto que darão origem a plantas com menor vigor e baixa produtividade.

O plantio utilizando colmos garante a preservação das características genéticas da cultivar de forma permanente. Desta forma, a cultivar deve ser multiplicada ou cultivada apenas por meio da propagação vegetativa (plantio de colmos).

Deve-se evitar a multiplicação de mudas em locais com outras variedades de capim-elefante a fim de evitar a mistura varietal.

Com os cuidados mencionados a cultivar poderá ser multiplicada inúmeras vezes sem perda das características originais.

Sim. Apesar de ser uma operação mais trabalhosa, esse método de plantio poderá ser realizado, especialmente para áreas pequenas e amorreadas. Neste caso, deve-se cortar os colmos em toletes de 20 cm a 30 cm de comprimento.

Uma vez preparadas as covas e após a correção da fertilidade do solo, por meio da adubação de plantio, os toletes, em número de dois, são deitados no fundo da cova e cobertos com terra.

É importante destacar que após a adubação fosfatada de plantio, esse adubo
deverá ser coberto com uma camada de material de solo, de maneira a
não permitir o contato direto dos toletes com o adubo aplicado.

As covas devem ser abertas no espaçamento de 0,5 m umas das outras e, 1,00 m a 1,30 m entre linhas de covas, sendo a profundidade mínima de 20 cm.

Preferencialmente deitada. Uma variação deste método de plantio é o plantio por estaquia. Os toletes são enterrados verticalmente no solo utilizando o mesmo espaçamento usado no sistema de plantio em covas. É também um método indicado para pequenas áreas.

Vale salientar que a adubação de plantio, neste caso, deverá ser feita a lanço, sobre toda a área a ser plantada e incorporada ao solo por meio da gradagem.

O plantio por estaquia é mais rápido que o sistema de plantio em covas. 

Depende do método de plantio. Se for por sulcos, estes deverão ser espaçados de 1,00 m a 1,30 m. Após a abertura dos sulcos, numa profundidade média de 25 cm a 30 cm (sulcos mais profundos conferem maior resistência a tombamento), proceder à adubação de plantio de acordo com a recomendação, cobrir o adubo e distribuir os colmos/ mudas no fundo do sulco de plantio. Deve-se colocar dois colmos emparelhados. Normalmente os colmos são distribuídos inteiros no sistema pé (parte mais velha do colmo) com pontas (parte mais nova do colmo). A ponta de um colmo deve ficar pareada com o pé de outro.

Com os colmos distribuídos no fundo do sulco de plantio, proceder o corte dos mesmos. Os toletes deverão ter um comprimento médio de 50 cm a 70 cm. Este corte deverá ser feito com a enxada ou com facões.

O objetivo desse fracionamento dos colmos é aumentar a brotação das gemas. Colmos inteiros tendem a apresentar brotação das gemas nas pontas do mesmo, por efeito da dominância apical. O corte dos mesmos em pedaços de 50 cm a 60 cm, promove a quebra da dominância apical e, dessa forma, a maioria das gemas passa a sintetizar hormônios vegetais responsáveis pela indução da brotação.

Assim, a picagem ou fracionamento dos colmos é importante para se obter uma melhor brotação de perfilhos e estabelecimento dessa forrageira.

Após a distribuição e corte dos colmos, 2/3 da profundidade dos sulcos ou covas deve ser coberta com solo. O enchimento completo do sulco ou cova aumenta o tempo despendido no plantio além do maior gasto de energia da planta para romper a camada de cobertura em solos mais argilosos. Vale salientar que após algum tempo decorrido do plantio o 1/3 restante do sulco ou cova também
será coberto de terra por ação das chuvas e/ou das capinas. É importante ressaltar que o adubo adicionado no fundo do sulco, deve ser coberto com uma camada de solo. Na sequência deve ser feita a distribuição dos colmos. Esta prática, impede o contato direto dos colmos com o adubo, evitando a perda de água dos mesmos.

Sim. A irrigação estratégica é uma prática utilizada para fornecimento de água às plantas nos momentos críticos do ano, sejam naqueles decorrentes de veranicos, ou durante o época normal de estiagem.

Assim, a utilização da irrigação estratégica pode garantir maiores produções de matéria seca do capim-elefante BRS Capiaçu.

Ao decidir pela utilização da irrigação será necessário avaliar qual sistema apresenta maior economia e eficiência para cada situação.

Um técnico especializado deverá projetar o sistema considerando a localização geográfica da área, o relevo, o tipo ou classe de solo, bem como disponibilidade e qualidade da água. É importante lembrar que a implantação do projeto dependerá também da liberação da Agência Nacional de Águas (ANA) ou o Órgão Estadual responsável, que fornecerá o termo de outorga, baseado na análise do projeto.

Somente com tal documento o projeto poderá ser implantado.

Em geral os sistemas de irrigação por sulco, microaspersão, gotejamento ou microgotejamento, não são utilizados na irrigação de gramíneas forrageiras, devido à dificuldade de manejo dos mesmos. São mais indicados os sistemas de aspersão convencional, aspersão por faixas, autopropelido e pivot Central, dentre outros. Na escolha do sistema de irrigação é importante ter em consideração a
altura da forrageira e o risco de danificar parte do sistema durante o processo de colheita mecanizada. É importante destacar que é recomendado buscar orientação técnica com profissionais da área de irrigação, junto aos órgãos de assistência técnica e extensão rural pública ou privada.

Controle de Pragas, Doenças e
Plantas Daninhas

Não. Por isso, em regiões com histórico de alta infestação das cigarrinhas-das-pastagens, o uso da cultivar BRS Capiaçu deve ser evitada ou serem adotadas estratégias de controle dessa praga. 

A adoção de um único método de controle não é totalmente efetivo para redução populacional das cigarrinhas-das-pastagens. A melhor estratégia é integrar várias práticas de controle.

O primeiro passo é por meio de amostragens de ninfas e adultos na capineira; isto é, verificar a densidade populacional das cigarrinhas-das-pastagens.

A decisão de se realizar ou não o controle, e qual método a ser adotado depende do resultado dessa amostragem. É importante frisar que as práticas de controle não devem ser iniciadas somente quando a densidade populacional das cigarrinhas chegar a níveis altos, pois será muito mais difícil de alcançar êxito.

Para isso é importante ter a assistência de um técnico especializado que saberá o momento certo em que o trabalho deve ser iniciado, além de escolher o manejo mais eficiente para a realização do controle.

Diversas espécies de insetos podem atingir altos níveis de infestação em capim-elefante, promovendo redução na produção e na qualidade da forragem. Além das cigarrinhas das pastagens, considerada a principal praga em forrageiras,
existem outros insetos cujos prejuízos econômicos ainda não foram adequadamente quantificados. Dentre eles, destacam-se: percevejos, afídeos, lagartas e cochonilhas, os quais têm sido registrados por produtores no Sistema de Atendimento ao Cidadão (SAC) da Embrapa Gado de Leite, causando danos a BRS Capiaçu.

Desta forma, recomenda-se o monitoramento da capineira e dos piquetes, visando avaliar a necessidade de adotar medidas de controle. A decisão de qual método a ser adotado depende do resultado desse monitoramento. Recomenda-se ter a assistência de um técnico especializado, que saberá além do momento certo de entrar com controle, escolher a forma mais eficiente para a realização do controle, seja essa: cultural, biológica, inseticidas de origem natural, química, entre outras. 

No Brasil, não há registros de doenças graves causando danos econômicos no capim-elefante. Por outro lado, na África, existem duas doenças que causam danos severos a essa forrageira: o carvão (Napier Grass Smut - causado pelo fungo Ustilago kamerunensis) e o nanismo (Napier Grass Stunt - causado por um fitoplasma).

Embora ainda não representem risco de dano econômico várias doenças têm sido observadas no capim-elefante. No caso da BRS Capiaçu, bem como na maioria das cultivares de capim-elefante, tem-se observado a ocorrência de antracnose (causada pelo fungo Colletotrichum graminicola). Os sintomas são observados, principalmente, nas folhas mais velhas, com mais de cem dias de
crescimento. Normalmente essa doença não chega a causar dano econômico; visto que, o capim normalmente é colhido antes do comprometimento das folhas.

Outra doença de destaque, registrada na região do Cerrados, é a mancha foliar causada pelo fungo Bipolaris maydis. Essa doença ataca várias espécies gramíneas como o milho, milheto, sorgo, Panicum (capim Tanzânia) e outras.

Muitas vezes, o pecuarista procura ajuda para controlar plantas daninhas quando o capim-elefante já está completamente infestado. Esse erro é muito comum e acontece por falta de planejamento.

Dependendo da idade das plantas, às vezes o prejuízo já ocorreu no início do ciclo de cultivo do capim-elefante. Além disso, a eliminação de espécies daninhas nessa condição já se torna mais complicada devido ao porte das plantas e, principalmente, se houver predominância de espécies daninhas de folhas estreitas (gramíneas).

Para evitar essa condição, primeiramente, é necessário fazer um levantamento prévio das principais espécies daninhas presentes na área a ser implantada. Pode-se utilizar um quadrado inventário de 1,0 x 1,0 m (1,0 m2), colocado em alguns pontos da área. Faz-se a contagem por espécie a fim de saber quais são as predominantes.

A partir dessa informação, pode-se determinar a melhor forma de controle. Esses dados também auxiliam na escolha certa do herbicida, quando a opção for pelo controle químico. Caso o pecuarista tenha dificuldades em identificar as plantas daninhas por espécie, é recomendado procurar o auxílio da assistência técnica local.

Existem vários tipos de controle de plantas daninhas que podem ser aplicados em cultivos de capim-elefante. O primeiro tipo é o controle cultural que ocorre quando a espécie cultivada em questão promove a supressão por sombreamento das plantas daninhas. A redução de espaçamento nas entrelinhas é uma opção de controle cultural bastante empregada. No caso da cultivar BRS Capiaçu, os espaçamentos mais empregados variam de 1,00 a 1,30 m.

Considerando o menor espaçamento (1,00 m nas entrelinhas), há um fechamento mais rápido entre as fileiras de plantas, quando comparado a 1,30 m. Desse modo, o sombreamento proporcionado pela cobertura mais rápida do solo causa supressão das plantas daninhas. Vale salientar que, esse tipo de controle por si só não é capaz de eliminar totalmente a interferência de plantas daninhas, devendo ser complementado com outros métodos de controle.

Outro tipo de controle bastante empregado consiste na utilização de enxada. Contudo, essa prática apresenta custo elevado e não é indicada ao cultivo em grandes áreas. Os cultivadores acoplados a tratores (controle mecânico), ou mesmo aqueles puxados por animais (tração animal), também se prestam ao controle de plantas daninhas em cultivos de capim-elefante. Embora sejam eficientes, não eliminam as plantas daninhas que crescem nas linhas de
cultivo. Finalmente, há o controle químico, no qual se empregam os herbicidas. Esse método é bastante eficaz e pode ser empregado tanto para pequenas áreas quanto para grandes extensões. Contudo, requer conhecimento técnico para manuseio dos produtos. Também, é importante destacar que ainda não existem herbicidas registrados no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) para uso na cultura do capim-elefante. 

A BRS Capiaçu é capaz de desenvolver normalmente em conjunto com as plantas daninhas até aproximadamente 23 dias após o plantio. Essa etapa é chamada de período anterior à interferência, pois tanto as plantas de capim-elefante quanto as plantas daninhas possuem todos os recursos necessários para o crescimento.

A partir de 23 até 42 dias após o plantio, ocorre o período crítico de prevenção à interferência. Nesse período, deve-se necessariamente empregar práticas de controle de espécies infestantes. No caso do uso do controle químico e, se houver predominância de espécies daninhas de folhas largas (eudicotiledôneas), alguns herbicidas latifolicidas têm apresentado boa seletividade para a BRS Capiaçu,
proporcionando controle eficaz de espécies de folhas largas em pós-emergência. Por outro lado, se no levantamento preliminar for observado predominância de plantas daninhas de folhas estreitas (gramíneas), principalmente capins do gênero Brachiaria (B. decumbens, B. brizantha, B. ruziziensis) e capim-colonião (Panicum maximum), o controle não pode ser realizado dentro do período
crítico de prevenção a interferência (23 a 42 dias após o plantio). Isso se deve ao fato de não existirem herbicidas eficazes e seletivos que eliminem as folhas estreitas em pós-emergência, sem causar toxicidade ao capim-elefante. Dessa forma, o manejo mais correto seria trabalhar com herbicidas aplicados ao solo (os chamados pré-emergentes). Em resumo, para que o controle de plantas daninhas possa surtir bom resultado, a BRS Capiaçu deve ser mantida livre da competição por espécies daninhas até aproximadamente 42 dias após o plantio. As plantas infestantes que germinarem após esse período não mais serão capazes de causar prejuízos a produtividade de forragem.  

Os herbicidas pré-emergentes são produtos aplicados sobre o solo e antes da emergência da cultura e das plantas daninhas. No caso da BRS Capiaçu, o controle de plantas daninhas com herbicidas pré-emergentes é sempre a melhor opção, principalmente, em locais com infestações de folhas estreitas (braquiária, colonião, capim-pé-de-galinha, capim-arroz, capim-carrapicho etc...). Assim,
imediatamente após o plantio da forrageira deverá ser realizada a aplicação do herbicida pré-emergente, escolhido em função do levantamento da predominância das plantas daninhas, conforme descrito anteriormente. Para aplicação da grande maioria dos herbicidas pré-emergentes, é importante que o solo esteja úmido.

Essa condição é essencial para que o herbicida desça no perfil do solo e fique posicionado a uma camada de 5 cm a 7 cm de profundidade, local esse em que se encontram a maioria das sementes das espécies daninhas. Em situações em que a aplicação seja realizada em solo seco, é imperativo que se realize, posteriormente, a irrigação, ou que ocorram chuvas em até cinco dias após a aplicação. Na ausência de umidade no solo, o efeito do produto pode ficar prejudicado.

Alguns herbicidas e respectivas dosagens foram pesquisados na Embrapa Gado de Leite, sendo obtidos resultados potenciais no controle de plantas daninhas em pré-emergência: Atrazine (2,0 kg i.a./ha), Atrazine + S-metolachlor (1,48 kg +1,16 kg i.a./ha), Atrazine + Simazine (1,5 kg +1,5 kg i.a./ha), Ethoxysulfuron (0,15 kg i.a./ha), S-metolachlor (1,92 kg i.a./ha), Tebuthiuron (1,0 kg i.a./ ha) e o Sulfentrazone em doses baixas (0,25 kg i.a./ha). Vale alertar que este último, mesmo aplicado em baixas doses, deve ser evitado quando o cultivo do capim-elefante for implantado em solos mais leves (textura arenosa). Esse cuidado deve ser tomado para evitar toxicidade ou morte das plantas da forrageira. 

Observação: Esses herbicidas e doses são resultados preliminares de pesquisas, não havendo ainda herbicidas registrados no Mapa para uso em capim-elefante. Dessa forma, as informações de herbicidas e dosagens acima apresentadas referem-se a resultados experimentais e não se caracterizam como recomendações finais de utilização em cultivos de capim-elefante.

Os herbicidas pós-emergentes são aqueles aplicados após a emergência da cultura e das plantas daninhas. No caso do capim elefante, alguns princípios ativos e dosagens foram pesquisados na Embrapa Gado de Leite e considerados como potenciais para utilização no cultivo da BRS Capiaçu, sendo: Fluroxypyr + Picloram (0,16 kg + 0,16 kg e.a./ha), Fluroxypyr + Aminopiralide (0,16 kg + 0,08 kg e.a./ha), Fluroxypyr + Triclopyr (0,16 kg + 0,48 kg e.a./ha), 2,4-D (1,34 kg e.a./ha), 2,4-D + Picloram (0,72 kg + 0,045 kg e.a./ha), Bentazon (0,72 kg i.a./ha) e Atrazine + S-metolachlor (1,48 kg+ 1,16 kg i.a./ha). Vale destacar que a exceção do último, todos os demais herbicidas e misturas formuladas somente controlam espécies
daninhas de folhas largas, não apresentando nenhum controle sobre espécies infestantes gramíneas (folhas estreitas). A mistura formulada de Atrazine + S-metolachlor tem, além da sua principal modalidade de aplicação que é em pré-emergência, a possibilidade de aplicação em pós-emergência, controlando plantas daninhas de folhas largas e estreitas. Contudo, a aplicação desse produto deve ser feita estritamente quando as espécies infestantes estiverem em estádio inicial de crescimento, ou seja, folhas largas com no máximo duas folhas e as folhas estreitas no primeiro perfilho. Essa modalidade de aplicação é chamada de pós-emergência inicial ou pós-emergência precoce.

Observação: Esses herbicidas e doses são resultados preliminares de pesquisas, não havendo ainda herbicidas registrados no Mapa para uso em capim-elefante. Dessa forma, as informações de herbicidas e dosagens acima apresentadas referem-se a resultados experimentais e não se caracterizam como recomendações finais de utilização em cultivos de capim-elefante

O controle da infestação por espécies daninhas gramíneas (folhas estreitas) é considerado um grande desafio para o cultivo do capim elefante. Nesse caso, o levantamento das espécies daninhas presentes na área, antes do plantio, é muito importante para que se consiga êxito no processo de controle. Detectando-se a predominância de braquiária e/ou colonião (Panicum), deve-se optar por produtos seletivos ao capim-elefante e eficazes sobre essas espécies. Como
exemplo, o herbicida S-metolachlor, ou a mistura formulada de Atrazine + S-metolachlor nas dosagens já mencionadas. A aplicação deve ser, preferencialmente, realizada em condições de pré-emergência das plantas daninhas. Planta-se o capim elefante e aplica-se o herbicida imediatamente sobre o solo. Se esse procedimento não for realizado ou falhar por alguma condição ambiental adversa, pode-se lançar mão da outra modalidade de aplicação do Atrazine + S-metolachlor, ou seja em pós-emergência inicial ou pós-emergência precoce. Resultados experimentais comprovam que a BRS Capiaçu tolera o Atrazine + S-metolachlor em pós-emergência. Entretanto,
para se atingir pleno êxito, as plantas infestantes devem estar em estádios iniciais de crescimento. Caso o produtor não consiga aplicar em nenhum desses dois momentos e as plantas daninhas gramíneas atingirem estádios avançados de crescimento (três perfilhos ou mais), não há opções de herbicidas eficazes no controle em pós-emergência em área total. Ou seja, aplicações que possam ser realizadas sobre o capim-elefante no controle de plantas daninhas gramíneas sem que haja toxicidade para as plantas da forrageira. Diante dessa situação,
resta apenas realizar aplicações dirigidas com herbicidas não seletivos, a exemplo, o Glyphosate. Porém, o capim-elefante é extremamente sensível a esse herbicida e, caso o produto atinja suas folhas, pode chegar a matar as plantas. Dessa maneira, as aplicações devem ser realizadas com cuidado e dirigidas para as plantas daninhas presentes nas entrelinhas da cultura, utilizando o “chapéu de Napoleão” (protetor de bico). Nas aplicações dirigidas, também são passíveis de
uso os bicos de pulverização anti-deriva, aqueles que produzem gotas grossas, no intuito de evitar que a calda do Glyphosate atinja folhas da forrageira. É importante destacar que aplicações dirigidas nas entrelinhas do capim elefante não eliminam as espécies infestantes presentes na linha de plantio.


Observação: Esses herbicidas e doses são resultados preliminares de pesquisas, não havendo ainda herbicidas registrados no Mapa para uso em capim-elefante. Dessa forma, as informações de herbicidas e dosagens acima apresentadas referem-se a resultados experimentais e não se caracterizam como recomendações finais de utilização em cultivos de capim-elefante.

O controle, independentemente da incidência de espécies de folhas largas ou estreitas, deve ser preferencialmente em condições de pré-emergência. No caso das folhas largas, o herbicida Atrazine é uma boa opção de aplicação em pré-emergência. Não sendo possível realizar o controle nessa situação, ou ainda por alguma condição ambiental que tenha prejudicado o efeito do Atrazine, pode-se controlar espécies de folhas largas com esse mesmo herbicida, em condições
de pós-emergência. Porém, as plantas daninhas devem estar em estádios iniciais de crescimento (até duas folhas). Há também outras opções de herbicidas e ainda misturas formuladas potenciais para o controle de espécies daninhas de folhas largas em pós-emergência do capim elefante como, por exemplo, os herbicidas Fluroxypyr + Picloram, Fluroxypyr + Aminopiralide, Fluroxypyr + Triclopyr, 2,4- D, 2,4-D + Picloram e o Bentazon. Há também o Ethoxysulfuron que pode ser aplicado, desde que as plantas infestantes estejam em início de crescimento (2 a 3 folhas no máximo). As dosagens aplicadas são as mesmas mencionadas anteriormente.

Observação: Esses herbicidas e doses são resultados preliminares de pesquisas, não havendo ainda herbicidas registrados no Mapa para uso em capim-elefante. Dessa forma, as informações de herbicidas e dosagens acima apresentadas referem-se a resultados experimentais e não se caracterizam como recomendações finais de utilização em cultivos de capim-elefante.

Espécies daninhas da família Cyperaceae são consideradas plantas de difícil controle na maioria das culturas de interesse agronômico. Duas espécies se destacam quanto à incidência nos cultivos de capim elefante, a tiririca roxa (Cyperus rotundus) e a tiririca amarela ou tiriricão (Cyperus esculentus). Na condição de infestação por tiririca-roxa, os herbicidas Halosulfuron (112,5 g i.a/ha) ou Ethoxysulfuron (0,15 kg i.a/ha) podem ser utilizados em condição de pós-emergência, com boa eficiência e seletividade. Quando houver infestação por tiririca-amarela, existe a opção em se utilizar o Bentazon (0,72 kg i.a./ha) ou o Ethoxysulfuron (0,15 kg i.a/ha), ambos em pós-emergência. Esses herbicidas possuem seletividade para o capim-elefante, sendo eficazes sobre a tiririca-amarela.

Observação: Esses herbicidas e doses são resultados preliminares de pesquisas, não havendo ainda herbicidas registrados no Mapa para uso em capim-elefante. Dessa forma, as informações de herbicidas e dosagens acima apresentadas referem-se a resultados experimentais e não se caracterizam como recomendações finais de utilização em cultivos de capim-elefante.

O controle de plantas daninhas quando não realizado, ou realizado de forma inadequada na implantação ou condução da capineira, resulta na presença de altas densidades populacionais de plantas daninhas no momento da colheita. Essas populações de espécies infestantes irão competir com as plantas do capim-elefante no próximo ciclo de crescimento, além de dificultar a operação de colheita. Essa infestação pode e deve ser controlada para garantir boa produtividade de forragem das plantas rebrotadas. Se houver predominância de espécies daninhas de folhas largas, pode-se lançar mão dos herbicidas descritos anteriormente. Contudo, no caso das espécies daninhas gramíneas (folhas estreitas), a situação é um pouco mais delicada. Resultados preliminares de pesquisa realizados na Embrapa Gado de Leite demonstram que o herbicida
Glyphosate apresenta potencialidade, quando aplicado após o corte da capineira, e antes que as touceiras emitam novos perfilhos e folhas novas. O corte deve ser realizado a aproximadamente 10 cm da superfície do solo, de modo a evitar que folhas verdes ainda permaneçam ligadas aos colmos e possam receber a calda herbicida, com possibilidade de prejuízos a nova brotação. Essa prática de aplicação de Glyphosate sobre as touceiras, antes de sua brotação,
é capaz de promover um controle eficaz das plantas daninhas, evitando a competição no ciclo de crescimento subsequente da BRS Capiaçu. Além disso, não foram observados prejuízos à capacidade de rebrota das touceiras.


Observação: Esses herbicidas e doses são resultados preliminares de pesquisas, não havendo ainda herbicidas registrados no Mapa para uso em capim-elefante. Dessa forma, as informações de herbicidas e dosagens acima apresentadas referem-se a resultados experimentais e não se caracterizam como recomendações finais de utilização em cultivos de capim-elefante

Os herbicidas com eficácia no controle de folhas largas, já descritos anteriormente, são seletivos para a cultivar BRS Capiaçu e podem ser aplicados sobre as touceiras recém cortadas. Em situações de infestação por espécies daninhas gramíneas, pesquisas foram realizadas com a aplicação de Glyphosate sobre as touceiras recém-cortadas. Entretanto, o capim-elefante é bastante sensível ao Glyphosate e esse produto pode matar as plantas se aplicado sobre
a folhagem. Resultados experimentais indicam que a aplicação do Glyphosate, antes da brotação da touceira, pode ser usada no controle de espécies daninhas. A aplicação sobre a touceira no mesmo dia do corte causa pequena redução no porte dos perfilhos rebrotados, embora com recuperação posterior das plantas. As plantas de capim elefante que receberam aplicações no dia seguinte ao corte e dois dias após o corte apresentaram rebrota com crescimento normal.
E, finalmente, as plantas que receberam o herbicida no terceiro dia após o corte apresentaram sintomas mais severos de toxicidade, visto que as touceiras já apresentavam brotos verdes laterais e emissão de folhas do cartucho no momento da aplicação. Consequentemente, houve absorção do Glyphosate, causando injúrias nos perfilhos novos. Em resumo, a dose normalmente utilizada de Glyphosate (720 g e.a. / ha) tem potencial de aplicação sobre as touceiras da
BRS Capiaçu, antes da emissão da nova brotação, eliminando a infestação por plantas daninhas principalmente as gramíneas.

Observação: Esses herbicidas e doses são resultados preliminares de pesquisas, não havendo ainda herbicidas registrados no Mapa para uso em capim-elefante. Dessa forma, as informações de herbicidas e dosagens acima apresentadas referem-se a resultados experimentais e não se caracterizam como recomendações finais de utilização em cultivos de capim-elefante.

As doses recomendadas de herbicidas podem vir em L/ha ou mesmo em Kg/ha ou g/ha. Assim, é fundamental a calibração do pulverizador no sentido de colocar a quantidade correta de produto no tanque.

Primeiramente, faz-se a determinação do volume de pulverização em L/ha. Após este cálculo, e tendo a informação sobre a dosagem recomendada do herbicida e o volume do tanque do pulverizador, faz-se uma regra de três simples para se obter a quantidade de herbicida que deve ser colocada no tanque. Essa operação de calibragem é extremamente importante e relativamente simples.
Caso o pecuarista tenha dificuldades em realizá-la, deve solicitar auxílio de um técnico.

Colheita e Ensilagem 

A idade ou altura da planta (rebrota) não constituem parâmetros adequados para definir o momento de colheita para ensilagem. Fatores ambientais como época do ano, temperatura e umidade afetam o crescimento e o teor de matéria seca da planta, o que torna estas referências pouco confiáveis.

O indicador mais correto para definir o ponto ideal de ensilagem é o teor de matéria seca (MS). Essa determinação pode ser feita na própria propriedade de maneira bem simples, com a utilização de um forno de micro-ondas. A descrição desta metodologia se encontra no site da Embrapa Gado de Leite. A produção de matéria seca aumenta com a idade da planta forrageira, mas seu valor nutritivo diminui. Na situação inversa, o capim mais novo tem melhor valor nutritivo, mas sua produtividade será menor e as perdas no silo serão maiores. Se o capim
for ensilado puro, recomenda-se que o teor de MS esteja entre 18 e 20%. Dependendo das condições ambientais, a cultivar tende a atingir esse teor de MS a partir dos 90 dias de idade da rebrota.

Caso o capim-elefante seja colhido com teor de MS muito baixo, recomenda-se o uso de algum aditivo para diminuir a umidade dentro do silo ou o pre emurchecimento do capim, assuntos que serão tratados mais a frente. 

O corte deve ser realizado o mais rente possível do solo (10 cm ou menos). Com essa altura de corte a rebrota será mais vigorosa e o número de perfilhos será maior, fazendo com que a produção obtida no corte seguinte seja mais alta. Deve-se destacar que é sempre necessário adubar a capineira após cada corte.

Cortes mais altos, além de prejudicar a rebrota, também resultam em diminuição significativa da quantidade de material colhido. O corte a 50 cm de altura reduz entre 25% e 30% a massa de forragem colhida, quando comparado ao corte a 10 cm de altura e sem ganhos significativos no valor nutritivo da forragem. Por isso, o corte realizado acima de 50 cm de altura não traz vantagens aparentes no
processo de produção de silagem da BRS Capiaçu. 

O número de cortes pode variar em função do clima e solo da região. De modo geral, para a produção de silagem é adequada a previsão de três cortes anuais, sendo recomendado um corte de uniformização na transição seca/águas (quarto corte), com o objetivo de “preparar” a capineira para a época de crescimento favorável.

A forragem colhida no quarto corte pode ser ensilada mas, geralmente, a massa de forragem produzida pode não compensar o custo da ensilagem, podendo ser aproveitada como picado verde e fornecida no cocho.

Essa cultivar apresenta elevado potencial de produção, alcançando medias anuais de 300 t/ha de matéria verde ou 50t/ha de matéria seca.

Contudo, o alcance desses índices de produtividade está diretamente relacionado com os tratos culturais que a capineira recebe, principalmente a adubação de manutenção, o controle de plantas daninhas, e a disponibilidade de água. Outro fator importante é o manejo dado à capineira, em especial, o intervalo entre os cortes.

Como a cultivar é plantada em linha, nos primeiros anos, a colheita pode ser realizada com as mesmas ensiladeiras usadas para ensilagem do milho, conforme mostra a Figura 6. Entretanto, com as rebrotas sucessivas as touceiras tendem a ficar maiores, a quantidade de perfilhos aumenta e esse trabalho passa a exigir tratores mais potentes. Também, com o tempo, as linhas vão ficando menos definidas e essas ensiladeiras vão se tornando menos eficientes,
sendo necessário o uso de colheitadeiras de área total.

Qualquer ensiladeira pode fazer a colheita da BRS Capiaçu, entretanto aquelas que efetuam corte mais eficiente são as que possuem sistema de colheita de área total. O trator que traciona a colhedora (colheitadeira) deve possuir o sistema redutor de velocidade ou sistema de marchas super reduzidas, caso contrário a embreagem será penalizada.

Sim. Os capins tropicais apresentam baixos teores de carboidratos solúveis, quando comparado ao milho e sorgo, sendo estes componentes importantes para promover uma melhoria no perfil de fermentação do material ensilado. Essa deficiência dos capins tropicais pode ser parcialmente compensada aumentando a população de bactérias no material ensilado com uso de um inoculante específico. Os resultados de pesquisa não são consistentes quanto aos resultados positivos dessa prática. Se o produtor optar pelo seu uso, ele deve usar inoculantes específicos para capim, tendo o cuidado de seguir as orientações do
fabricante quanto às formas de diluição e de aplicação do produto.

A distribuição do inoculante na massa ensilada é muito importante para se obter uma boa eficiência fermentativa. As bactérias não se “movimentam” dentro do silo, ou seja, elas somente agem no local onde foram aplicadas. Por isso as gotículas produzidas pelo pulverizador devem ser bem finas procurando atingir o maior número de partículas possível.

Não deve ser aplicado inoculante com pulverizadores usados com herbicida, inseticida ou fungicida. No caso de uso do pulverizador costal, para cada carga de forragem, deve ser feito o espalhamento da forragem picada em uma camada de 20 cm, seguida da compactação e, por último, a aplicação do inoculante.

A forma mais eficiente de aplicação do inoculante é usando um pulverizador acoplado na ensiladeira, ou na picadeira. Dessa maneira a distribuição do inoculante na massa ensilada fica mais uniforme.

Sabe-se que o grande desafio de ensilar o capim-elefante é conseguir o teor de umidade ideal para evitar o escorrimento de líquidos pós fechamento do silo e garantir a boa fermentação. Existem estratégias simples que podem contribuir para melhorar o teor de matéria seca na BRS Capiaçu. Assim, recomenda-se fazer o corte do capim no período da tarde, quando naturalmente o teor de umidade da planta estará mais baixo. Outra estratégia é evitar ensilar após períodos de chuva intensa, se possível aguardar de quatro a cinco dias pós chuvas.

Outra forma de reduzir a umidade do capim pelo pré-murchamento, pré-secagem ou emurchecimento do BRS-Capiaçu antes de ensilar. Essa prática consiste em cortar o capim, deixa-lo no campo, exposto ao sol, durante um período de tempo, e recolhe-lo para picar. Além de demandar mais mão de obra, ela não é muito eficiente já que, especificamente no caso do capim-elefante, a umidade presente no colmo é mais difícil de ser retirada. Essa eficiência pode ser melhorada com o uso de uma segadeira condicionadora que executa, em uma
só operação, o corte da planta, esmagamento do colmo e colocação no campo para secagem.

Sim, os aditivos secantes ajudam a reduzir o teor de umidade final do material ensilado, reduzindo perdas e elevando o valor nutritivo e o consumo pelos animais. Com esse tipo de aditivo, a capineira da BRS Capiaçu pode ser colhida um pouco mais nova para aproveitar a maior porcentagem de proteína bruta e fibra de melhor digestibilidade. Os aditivos mais usados com essa finalidade são fubá de milho, milho desintegrado com palha e sabugo (MDPS), polpa cítrica desidratada, farelo de trigo, raspa de mandioca, ou outro material disponível na região que seja viável economicamente.

O fubá de milho, além de reduzir a umidade, aumenta o teor de energia da silagem de capim, reduz as perdas e melhora o consumo animal. Por essas razões, se o capim for colhido com umidade elevada (14% a 16% de MS) é recomendável o uso do fubá ou outro aditivo secante. Mas, se a forragem da BRS Capiaçu já estiver com 18% a 20% de MS, pode-se produzir silagem de boa qualidade sem uso de aditivos

Sim, mas deve-se levar em consideração que haverá consequências no valor nutritivo e na qualidade da silagem. A inclusão da forrageira na silagem de milho irá aumentar a umidade e diminuir o valor nutritivo da silagem. Por outro lado, adicionar a forragem de milho picado na silagem da BRS Capiaçu irá melhorar o teor de MS e o valor nutritivo da silagem.

Sim. Picar no tamanho correto facilita a compactação e, com isso haverá menor quantidade de ar no silo o que reduz as perdas, melhora a qualidade da fermentação e o valor nutritivo da silagem. Dessa forma, a picadeira/ensiladeira deve ser regulada para que o tamanho de picagem fique entre 10 mm e 15 mm.

O tempo para completar o processo de fermentação depende principalmente do teor de umidade e da compactação da massa ensilada. Por isso, a recomendação é que o silo não seja aberto com menos de 30 dias após o fechamento, mesmo quando são utilizados inoculantes.

Fazer a silagem “em cima da hora”, ou seja, quando os animais já estão precisando desse volumoso, na maioria das vezes, torna necessário abrir o silo antecipadamente. Isso pode representar desperdício de trabalho e de dinheiro.

Colheita e Fornecimento Verde 

Como nessa forma de utilização não há preocupação com a umidade alta, a BRS Capiaçu pode ser cortada e fornecida com 60 a 70 dias de idade. Nessa idade, a capineira atinge a melhor relação entre valor nutritivo da forragem e potencial de produção de biomassa.

Normalmente, a forragem apresenta cerca de 8% de proteína bruta e 65% de fibra em detergente neutro - FDN e produção de biomassa verde variando entre 80 e 90 toneladas/ha/corte, o que equivale a cerca de 10-13 toneladas de matéria seca/ha/corte. 

Para dimensionamento da área é preciso considerar, além da produção de biomassa da forrageira, a quantidade diária fornecida aos animais, o número de animais alimentados e o período de alimentação.

Supondo-se um rebanho de 25 animais, sendo fornecidos 40 kg de forragem verde por dia para cada animal, sendo alimentados durante 150 dias.

25 vacas x 40 kg de forragem = 1.000 kg/dia de forragem verde;

1.000 kg de forragem x 150 dias = 150.000 kg ou 150 toneladas de forragem no período.

Considerando o potencial de produção da BRS Capiaçu em 80 toneladas/ha/corte, então:

• 1 ha produz 80 toneladas de forragem, a cada 70 dias
• Considerando que no período de 150 dias de fornecimento do capim no cocho, a capineira será cortada duas vezes, ter-se-á uma produção total de 160 toneladas de forragem.

Portanto, para alimentar um rebanho de 25 vacas, cada uma recebendo diariamente 40 kg de forragem, durante 150 dias, será necessário 1,0 ha de capineira da BRS Capiaçu.

Sim, em primeiro lugar porque o capim para fornecimento verde é colhido mais novo (60-70 dias de rebrota), portanto, com maior valor nutritivo. Em segundo lugar, o processo de ensilagem não melhora o valor nutritivo da forragem. Considerando que o capim para ensilagem é colhido mais velho, quando atinge o teor de umidade adequado, há uma consequente perda de valor nutritivo. Assim, a forragem verde sempre será melhor que a silagem em termos de valor nutritivo e de consumo. 

A BRS Capiaçu deve ser cortada e triturada/picada no mesmo dia para ser fornecida aos animais. Caso ocorra sobra de forragem, a mesma poderá ser fornecida no dia seguinte, desde que ainda não tenha sido triturada/picada.

Valor Nutritivo

Sim. A silagem da BRS Capiaçu pode ser utilizada na alimentação de bovinos de corte, com destaque para animais em confinamento. A fração fibrosa da silagem contribui para a manutenção da saúde ruminal.

A forragem na forma fresca (verde picada) ou de silagem pode ser fornecida para animais ruminantes como bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos. Contudo, seu fornecimento para equinos não é recomendada visto que ainda não foram realizados estudos com esses animais.

Não. As silagens de milho e sorgo, normalmente, apresentam maior valor nutritivo e proporcionam melhor consumo e desempenho animal, quando comparadas à silagem de capim-elefante. 

Não há regra específica para quantificar o potencial do consumo de silagem, haja vista que o consumo pode ser influenciado por inúmeros fatores, como categoria animal, nível de produção e teor de fibra da forragem.

A suplementação concentrada da silagem de capim-elefante pode variar em função do valor nutritivo da silagem, que depende da idade da planta no momento da colheita e dos fatores inerentes ao processo de ensilagem (tamanho de partícula, compactação, vedação do silo etc.). Além disso, é preciso considerar o nível de produção dos animais a serem alimentados.

Considerando-se as informações de uma silagem, oriunda de capim BRS Capiaçu, colhido em dezembro/2019, aos 90 dias de idade de rebrota e com 18% de matéria seca, a qual apresentou a seguinte composição: 6,5% de proteína bruta (PB); 71,1% de fibra em detergente neutro (FDN); 42,4% de fibra em detergente ácido (FDA); e 50,6% de nutrientes digestíveis totais (NDT); e considerando uma vaca em lactação com peso corporal de 500 kg e produção de leite diária de 15 kg, pode-se deduzir:

Requerimentos nutricionais diários (NDT e PB): 8,70 kg de NDT e 1,76 kg de PB;

Consumo diário de silagem: 8 kg de matéria seca; fornecendo 4,1 kg de NDT e 520 gramas de PB.
Necessidade de suplementar: 4,6 kg de NDT e 1,2 kg de PB.

Suplementação:

6 kg de concentrado, contendo cerca de 20% PB e 75% NDT.

Destaca-se que, para a obtenção de melhores respostas deve-se buscar a orientação de um nutricionista.

Custo de Produção

Foi estimado o custo de produção utilizando dados experimentais da Embrapa Gado de Leite, considerando os preços tomados na região de Juiz de Fora, em abril de 2020. O custo de implantação por hectare da forrageira foi estimado em R$ 7.532,00, sendo:

(i) Preparo e correção do solo (10%);
(ii) Mudas corte e transporte (11%);
(iii) Plantio (28%);
(iv) Tratos culturais (47%);
(v) Outros custos (4%).

O manejo da cultura, aqui representado pelas atividades plantio e tratos culturais, foram os de custos mais elevados e devem receber especial atenção dos produtores pela sua importância na obtenção de uma forragem de qualidade e a custo adequado.

O custo de manutenção anual da capineira, por hectare, foi estimado em R$ 3.626,34/ha, assim composto:

(i) Adubação de cobertura (67%);
(ii) Controle de plantas daninhas (16%);
(iii) Outros custos (17%). 

Manejo da cultura, aqui representado pelos itens adubação e controle de plantas daninhas, perfazem 83% do custo com repercussão no desempenho da forrageira.

A BRS Capiaçu é uma forrageira promissora podendo ser colhida com máquina reduzindo o custo da mão de obra na alimentação de animais. Considerando que a capineira bem manejada, poderá durar de 10 -15 anos, o custo de implantação será diluído, bem como haverá uma redução do risco de faltar alimento para os animais. 

Considerando os preços tomados na região de Juiz de Fora, em abril de 2020, o custo total da produção de silagem (cultivo e ensilagem), conforme simulação da Embrapa Gado de Leite, foi de R$ 8.430,00 para colheita e ensilagem mecanizada e de R$ 16.543,00 para o procedimento manual. Para a colheita mecanizada a distribuição do custo será:

(i) Depreciação do capital de formação e estabelecimento da lavoura, por 15 anos (9%);
(ii) Manutenção anual (43%);
(iii) Colheita e ensilagem (48%).

A diferença de custo entre a tecnologia mecanizada e a manual está no item colheita e ensilagem que é duas vezes maior na segunda, devido o maior emprego e custo da mão de obra. O custo dessa silagem, com 20% de matéria seca, é de R$ 28,00/t e o da tonelada de matéria seca é de R$ 169,00. Para a colheita e ensilagem manual o custo da tonelada de silagem será de R$ 55,00 e da matéria seca de R$ 331,00. Esses resultados demonstram o impacto do custo da mão de obra sobre o custo da silagem.

Considerando os preços tomados na região de Juiz de Fora, em abril de 2020, o custo de fornecimento da forragem fresca picada no cocho, deve considerar, além dos custos de implantação e manutenção da lavoura, também as operações de corte, picagem e distribuição, no caso realizada de forma mecanizada. O custo total das 300 toneladas de matéria natural da BRS Capiaçu, posto no cocho, foi de R$ 7.923,00, sendo:

(i) Depreciação do capital de formação e estabelecimento da lavoura por 15 anos (9%);
(ii) Manutenção anual da lavoura (46%) e
(iii) Colheita, picagem e distribuição (45%).

Esses valores correspondem a R$ 26,00 por tonelada de matéria natural. 

A irrigação da capineira da BRS Capiaçu pode promover aumento de produtividade em até 10 toneladas de matéria seca hectare ano em relação a capineiras não irrigadas. Os custos da irrigação devem ser considerados apenas na manutenção da capineira, nos locais em que o plantio foi realizado na época chuvosa. O custo total de 60 toneladas de matéria seca ensilada, foi estimado em R$ 9.181,00, para a colheita e ensilagem mecanizada sendo:

(i) Depreciação do capital de formação e estabelecimento da lavoura por 15 anos (8%);
(ii) Manutenção da lavoura (48%) e colheita e ensilagem (44%).

A irrigação correspondeu a 8,2% do custo total da silagem e considerando que a mesma pode promover um aumento de produtividade da ordem de 10% a 20%, a irrigação se mostra economicamente viável. Assim, o custo da silagem com uso de irrigação, considerando os preços tomados na região de Juiz de Fora, em abril de 2020 foi estimado em R$ 150,00 por tonelada de matéria seca.

A silagem de milho é considerada a de melhor qualidade para a alimentação animal devido apresentar elevado teor de energia (63% de NDT), bom valor proteico (7,20% PB), elevada digestibilidade e bom rendimento (28 t/ha de MS em duas safras). Ela é indicada para compor a alimentação de animais de alta produção, mas, por ser uma cultura anual, requer investimento a cada safra, sofre grande influência das condições climáticas com risco de perda, quando não
irrigado, bem como ataque de pássaros. A BRS Capiaçu, por sua vez é uma forrageira perene (10 a 15 anos) que apresenta elevada capacidade produtiva e baixo risco frente às questões climáticas. 

Com excelente potencial produtivo (50 t/ha/ano de MS) e com boa qualidade (6.50% de PB e 50,6% de NDT), ela produz maiores quantidades de proteína e de energia por hectare plantado, a um custo mais baixo que as culturas de milho e de sorgo. Considerando resultados experimentais da Embrapa Gado de Leite 
a BRS Capiaçu produz, em toneladas por hectare, 60,9% mais proteína e 43,2% mais energia do que o milho, a um custo 22,5% menor. Dessa forma, para animais com produção de até 18 kg/ dia de leite, a silagem da cultivar pode ser incluída na composição do arraçoamento, com vantagens econômicas, ressaltando-se a
necessidade de suplementação energética, conforme demanda do animal. A silagem da BRS Capiaçu é recomendável ainda para diferentes categorias animais, em diferentes estádios de crescimento e produção, além de constituir reserva estratégica para prevenir falta de alimentos por condições climáticas que possam afetar a produção.

BRS Capiaçu
Mudas de BRS Capiaçu



- Maior taxa de pegamento 

- Menor Custo com Mão de Obra e Máquinas 

- Maior Uniformidade do Plantio 

- Menor quantidade de mudas

- Maior velocidade na formação da capineira 

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Muda de BRS Capiaçu

Muda Pré Brotada de BRS Capiaçu

A MUDA PRÉ BROTADA

MAIOR TAXA DE PEGAMENTO
As Mudas Pré Brotadas possuem sistema radicular desenvolvido refletindo em um estágio adiantado de enraizamento e perfilhamento podendo chegar a até 57 % a mais no acúmulo de MS aos 60 DAP.

MENOR CUSTO COM MÃO DE OBRA E MÁQUINAS
Reduzindo o número de operações mecanizadas (abertura e fechamento de sulcos, compactação) e de mão de obra ( distribuição das ramas), a Muda Pré Brotada permite adoção de técnicas de cultivo mínimo e menor movimentação do solo.

MAIOR UNIFORMIDADE DO PLANTIO
As Mudas Pré Brotadas conferem um elevado padrão de fitossanidade e vigor resultando em plantios mais uniformes e um rápido fechamento da área, ficando menos susceptível as condições edafoclimáticas adversas.

MENOR QUANTIDADE DE MUDAS
O uso reduzido de mudas é consequência de uma tecnologia de mudas prontas e aptas para um crescimento vigoroso e maior velocidade de perfilhamento, emissão de novas ramas, resultando em rápida expansão horizontal sob o solo.

REDUÇÃO DOS CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO
O sucesso de um sistema de produção é associado com soluções inteligentes e redução de custos. As Mudas Pré Brotadas de Cynodon possibilitam ao produtor, maior velocidade no Retorno de Investimento, economizando recursos financeiros e de tempo.

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